Oito mitos e verdades sobre o câncer de ovário

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Uma doença que deve acometer mais de seis mil mulheres em 2017, segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse é o câncer de ovário, tipo de tumor que atinge mais de 250 mil mulheres por ano no mundo e é um dos mais difíceis de se identificar, pela falta de sintomas e de exames de rotina capazes de descobrir a doença com precisão em estágios iniciais. Por isso, a doença é o tipo de câncer com menor sobrevida nas mulheres. Veja a seguir oito mitos e verdades sobre a doença:

1. O câncer de ovário só acomete mulheres idosas ou após a menopausa – MITO

Ainda que a maior taxa de mortalidade da doença ser observada na sétima década de vida, a incidência do câncer de ovário começa a aumentar a partir dos 40 anos de idade, apesar de também ser diagnosticado em pacientes jovens. Por ser uma doença silenciosa, é importante que mulheres com idade entre 30 e 60 anos conversem com seu médico para avaliar quais estratégias podem seguir para diminuir o risco de desenvolvimento da doença

2. Existem três principais tipos de câncer de ovário – VERDADE

Os três principais tipos de tumores de ovário são:

Câncer Epitelial de Ovário – Se desenvolve a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário. Os subtipos desse tumor incluem: tumores com baixo potencial de malignidade, tumores epiteliais malignos de ovário, carcinoma peritoneal primário e câncer das trompas de Falópio.

 Câncer de Células Germinativas do Ovário - O tumor de células germinativas do ovário se desenvolve a partir das células que produzem os óvulos. A maioria dos tumores de células germinativas é benigna, embora alguns sejam cancerosos. Menos de 2% dos cânceres de ovário são tumores de células germinativas.

 Câncer Estromal do Ovário - Se desenvolve a partir de células do tecido conjuntivo que mantêm os ovários juntos para a produção dos hormônios femininos estrogênio e progesterona.¹

3. Micro cistos no ovário e no útero podem evoluir para o câncer – MITO

Segundo o Dr. Marcelo Horácio, Diretor Médico da AstraZeneca Brasil, as lesões benignas permanecem benignas durante toda a sua evolução, e lesões malignas já surgem com o potencial de se dividir e se espalhar pelo corpo. Sendo assim, as lesões que são comprovadamente benignas não evoluem para um câncer.

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4. Mudanças nos hábitos de vida são capazes de prevenir o surgimento do câncer de ovário – VERDADE

Um dos principais fatores de risco para o câncer de ovário é a obesidade, portanto, ter uma alimentação saudável que promova o controle do peso é uma das estratégias para a prevenção da doença. Entretanto, existem fatores genéticos responsáveis pelo aumento do risco dos tumores, como pacientes portadoras de mutações germinativas nos genes BRCA1 e 2, como o famoso caso da atriz Angelina Jolie, portadora da mutação no gene BRCA1 e que optou pela retirada dos ovários e trompas de falópio.

5. Endometriose é um dos fatores de risco para o câncer de ovário? – MITO

De acordo com o Dr. Marcelo Horácio, a endometriose não representa um fator de risco para o câncer de ovário, ainda que existam controvérsias sobre a doença ser responsável pelo aumento de risco de tipos específicos de tumores de ovário, como o carcinoma endometrioide e células claras. Os fatores de risco principais para câncer de ovário são: idade, obesidade, primeira gestação tardia (após os 30 anos), síndrome do ovário policístico (SOP), terapias de reposição hormonal após a menopausa, histórico familiar de câncer de mama, ovário e peritônio, além da presença de mutação hereditária em genes de predisposição ao câncer de ovário (por exemplo, BRCA1 e BRCA2)³.

6. Mulheres que usam anticoncepcionais por muitos anos têm mais chances de ter câncer de ovário – MITO

Não. Na verdade, estudos recentes mostram que o uso de anticoncepcionais é um fator de proteção contra o câncer de ovário¹.

7Dor na relação sexual é um dos sintomas de câncer de ovário – VERDADE

Apesar de assintomático em estágios iniciais, o câncer de ovário apresenta diversos sintomas nas fases mais avançadas da doença: dor abdominal, aumento do volume abdominal, perda de peso, fadiga, mudança no funcionamento do intestino e dor durante a relação sexual são alguns dos sintomas observados. Segundo o Dr. Marcelo Horácio, vale salientar que esses sintomas podem ser causados por outras doenças benignas e até mesmo por outros tipos de câncer. No entanto, quando são causados pelo câncer de ovário, tendem a ser persistentes e apresentam uma alteração fora do normal, ocorrendo com mais frequência. Se a mulher apresentar esses sintomas quase que diariamente por mais de algumas semanas, deve consultar seu médico, de preferência um ginecologista.

8. Uma mulher diagnosticada com câncer de ovário não poderá ter filhos após o tratamento - MITO

Como a incidência de câncer de ovário ocorre, na maioria das vezes, em mulheres na pós-menopausa, esse cenário não é muito comum. Além disso, a grande maioria dos casos são diagnosticados em estágios avançados, nos quais a retirada dos órgãos genitais femininos é realizada durante a cirurgia de citorredução, inviabilizando a gravidez futura nesta paciente. No entanto, se um paciente tem estágio inicial da doença e tem intenção de engravidar, apenas o ovário com o tumor e a trompa de Falópio do mesmo lado são retirados. Se o tumor está localizado apenas em um dos ovários, ela é acompanhada, com consultas semestrais, sem tratamento adicional.

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